Quem sou eu

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Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras. Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar e não me obedeça sempre, que eu também gosto de ser contrariada. Reverenciarei tudo em você: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado. Leia, odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate, que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo. Goste de música e de sexo. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia, isso a gente vê depois se calhar. Deixa eu dirigir o seu carro. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar!

quinta-feira, 24 de maio de 2012


Eu, do fundo do meu coração, tenho um orgulho absurdo de ser quem eu sou. Não vou dizer que é fácil, e que nunca deu vontade de desistir, mas vale muito mais a pena continuar. Aprendi com os meus próprios erros que sofrer não torna as coisas mais poéticas, chorar não te deixa mais aliviada e implorar não traz ninguém de volta. Aprendi também que por mais que você queira muito alguém em sua vida, ninguém vale tanto a pena a ponto de você deixar de se querer. Eu que gritei para tantas pessoas ficarem... hoje só quero mesmo é que elas sumam de uma vez por todas (e Deus ouviu minhas preces, hehehe). E em silêncio, que é pra ninguém ter porque se lamentar.


Adoro vocês, homens, sempre tão espertos, inteligentes, cínicos, piadistas, descolados, sexuais e livres. Adoro tanto que me tornei uma cópia quase idêntica, não fosse pelo meu útero carente e pelo meu decote que ainda grita, pedindo que eu seja um pouco feminina. Um pouco. E não acredito em nenhum homem porque, infelizmente, tenho muitos amigos e, pra piorar, nasci espertinha.

Eu tô confiando em mim de novo, me permitindo, porque eu sei que posso muito, mereço muito.

terça-feira, 15 de maio de 2012


Eu tenho medo de deixar de ser amiga, de deixar de ser menina, de deixar de ser estranha...tenho medo de deixar de ser filha, de deixar de ser sozinha, de deixar de ser triste, de deixar de ser cínica. Eu tenho um medo fudido de deixar de ser.


Umas das últimas lições que aprendi é que em alguns casos, não vale a pena consertar um carro pela décima vez. É mais fácil comprar um novo e fim de papo. Se você não entendeu o trocadilho, então deixe-me desenhar: às vezes não adianta insistir em um relacionamento fadado ao fracasso. É mais fácil praticar o "let it go" e partir para outra, meu bem. Eu bem que tentei consertar meu relacionamento com algumas pessoas e só ganhei mais e mais poses e cada vez menos verdades. O resumo é: ainda que doa deixar pessoas morrerem, irem embora, se agarrar a elas é viver mal assombrado...Tanta gente passa pela gente, mas muito poucas pessoas realmente ficam, não é?

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Pois é: precisamos admitir dentro de nós que machucou, que às vezes dói muito, que te sufoca em uns dias.
E você fica desnorteado, sem saber para onde correr. E a cabeça martelando? Admita que te consumiu, que te corroeu, que te despedaçou. Mas tudo na vida tem um porquê, uma lição: te faz olhar pra frente e entender que para tudo há uma razão. Lá na frente você entende e pensa "humm, foi melhor assim, Deus tinha planos melhores e eu querendo ficar de mal com Ele!".
E aí começa a não doer tanto...
Que coisa maluca a distância, a memória. Como um filtro, um filtro seletivo, vão ficando apenas as coisas e as pessoas que realmente contam.
Não sei fazer “jogo social”. Até saberia, mas não me interessa, tenho preguiça.
Sou pessoa de dentro pra fora. Minha beleza está na minha essência e no meu caráter. Acredito em sonhos, não em utopia. Mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente.
Sou isso hoje…
Amanhã, já me reinventei.
Reinvento-me sempre que a vida pede um pouco mais de mim.
Sou complexa, sou mistura, sou mulher com cara de menina… E vice-versa. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar…
Não me dôo pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não suporto meio termos. Sou boba, mas não sou burra. Ingênua, mas não santa. Sou pessoa de riso fácil…e choro também!

Mas não é????

São os zumbis ou os mortos vivos que renascem das cinzas? Então, pqp....o que aparece de zumbi na minha vida não tá no gibi.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Tenho trinta e quatro anos. Não faz muito, eu tinha dezessete e me sentia a pessoa mais desajustada do universo. Ok, não do universo, mas da cidade. O tempo passa rápido e é impiedoso com os que não se movem. Ainda bem que eu me movi. Falta um bocado para eu me tornar a pessoa com que sonhei na adolescência, mas tenho a tranqüilidade de admitir que as coisas não vão nada mal.
Mas nossa cabeça não costuma acompanhar os aniversários. Ou as rugas que brotam discretas nos cantos dos olhos - especialmente quando a gente insiste em dormir sem tirar a maquiagem. Eu me sinto uma pós-adolescente até hoje, mas a verdade é que tenho trinta e quatro. E aos trinta e quatro, minha mãe estava prestes a ter o terceiro filho e já trazia na bagagem um casamento de mais de 10 anos e uma vida com direito a muitas porradas (não que a minha também não tenha sido um saco de boxe). Estou longe de pensar em ter mais filhos, mas trabalho todos os dias para deixar algo meu no mundo. "Mostrar ao que veio" não é só uma frase de efeito ou algo que se diz antes de uma mulata com glitter começar a sambar. É um sentimento real que com que os seres humanos têm de lidar. É uma tentativa de fazer a existência ter um pouco mais de sentido.
É pretensioso cogitar fazer qualquer coisa com o intuito direto de mudar o mundo. A menos que você seja o Martin Luther King. Ou o Hitler. Porque mudar o mundo não significa necessariamente mudar para melhor. Pelo menos no que concerne ao campo das artes, ninguém que de fato mudou o mundo passava os dias pensando em qual seria o melhor trabalho para mudar o mundo. As pessoas que mais admiro simplesmente trabalhavam naquilo que acreditavam. E esse é o primeiro passo para qualquer tipo de mudança. O resto é pura forçação de barra. Quanto a mim, tenho trinta e quatro anos e não planejo mudar o mundo tão cedo. Me contento com as pequenas mudanças que sou capaz de promover. A começar pela minha própria vida. Meu trabalho pode não mudar o mundo, mas certamente mudou a minha vida. E, na minha humilde opinião, quando algo é capaz de mudar o status quo de pelo menos uma pessoa, então já possui algum valor.
Antes de cogitarmos a utopia de mudar o mundo, existe uma tarefa muito mais simples e igualmente transformadora: mudar de analista. De resto, mantenha a calma, faça o seu e pare de mimimi.
Desisti. E isso é a coisa mais triste que tenho a dizer. A coisa mais triste que já me aconteceu. Eu simplesmente desisti. Não brigo mais com a vida, não quero entender nada. Vou nos lugares, vejo a opinião de todo mundo, coisas que acho deprê, outras que quero somar, mas as deixo lá. Deixo tudo lá. Não mexo em nada. Não quero. Odeio as frases em inglês, mas o tempo todo penso “I don’t care”. Caguei. Foda-se.  Me nego a brigar. Pra quê? Passei uma vida sendo a irritadinha, a que queria tudo do seu jeito. Amor só é amor se for assim. Sotaque tem que ser assim. Comer tem que ser assim. Dirigir, trabalhar, dormir, respirar. E eu seguia brigando. Querendo o mundo do meu jeito. Na minha hora. Querendo consertar a fome do mundo e o restaurante brega. Algo entre uma santa e uma pilantra. Desde que no controle e irritada. Agora, não quero mais nada. De verdade. Não quero arrumar, tentar, me vingar, não quero segunda chance, não quero ganhar, não quero vencer, não quero a última palavra, a explicação, a mudança, a luta, o jeito. Quero ver a vida em volta, sem sentir nada. Quero ter uma emoção paralítica. Só rir de leve e superficialmente. Do que tiver muita graça. E talvez escorrer uma lágrima para o que for insuportável. Mas tudo meio que por osmose. Nada pessoal. Algo tipo fantoche, alguém que enfie a mão por dentro de mim, vez ou outra, e me cause um movimento qualquer. Quero não sentir mais porra nenhuma. Só não sou uma suicida em potencial porque ser fria me causa alguma curiosidade. O mundo me viu descabelar, agora vai me ver dormir e cagar pra ele. Eu quis tanto ser feliz. Tanto. Chegava a ser arrogante. O trator da felicidade. Atropelei o mundo e eu mesma. Tanta coisa dentro do peito. Tanta vida. Tanta coisa que só afugenta a tudo e a todos. Ninguém dá conta do saco sem fundo de quem devora o mundo e ainda assim não basta. Ninguém dá conta e… quer saber? Nem eu. Chega. Não quero mais ser feliz. Nem triste. Nem nada. Eu quis muito mandar na vida. Agora, nem chego a ser mandada por ela. Eu simplesmente me recuso a repassar a história, seja ela qual for, pela milésima vez. Deixa a vida ser como é. Desde que eu continue dormindo. Ser invisível, meu grande pavor, ganhou finalmente uma grande desimportância. Quase um alivio. I don’t care.
Traumas de adolescência são uma merda.